Reforma agrária na América Latina: a luta por terra, justiça e futuro

Imagem mostra plantação e pessoas no campo colhendo com por do solno fundo

Acompanhe com o FINAPOP o que é reforma agrária e por que ela ainda é urgente na América Latina

Quando o assunto é reforma agrária, estamos falando de terra e, também, de justiça, de comida de verdade, de sobrevivência e de futuro. Na América Latina, onde a concentração de terras é uma das mais altas do mundo, a luta pela reforma agrária segue viva – e urgente. 

Pesquisas apontam que na América Latina, 1% das propriedades rurais controlam mais de 51% das terras agrícolas. Esse tema atravessa décadas de história, com as mãos calejadas de famílias agricultoras que insistem em plantar dignidade onde antes só havia desigualdade.

No artigo de hoje, a gente te convida a mergulhar nessa pauta e como o acesso à terra é capaz de transformar realidades inteiras – sociais, econômicas, ambientais e humanas. E tudo com o jeito FINAPOP de ser: pé no chão, base em dados concretos, escuta ativa e compromisso com um mundo mais justo e saudável. Vem com a gente!

Imagem mostra mulher segurando com as mãos um pouco de terra

O que é a reforma agrária?

Vamos do começo? Pra começar: reforma agrária é o nome que se dá à redistribuição de terras improdutivas (ou mal utilizadas) para que famílias que realmente precisam possam viver e produzir nelas. Tudo isso para promover uma divisão mais equitativa e para corrigir desigualdades históricas.

No Brasil, esse processo é coordenado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), que identifica e destina terras improdutivas, ou que não cumprem sua função social, para assentamentos de famílias agricultoras. 

Mas não se trata só de distribuir terra. É sobre garantir acesso à moradia, à produção, à água, à educação e à dignidade. Uma reforma agrária justa e completa também oferece apoio técnico, infraestrutura, crédito e políticas públicas que ajudem essas famílias a se manter no campo com autonomia.

A função social da propriedade rural é definida pela Constituição Federal e envolve critérios como produtividade, uso adequado dos recursos naturais, respeito às leis trabalhistas e promoção do bem-estar dos proprietários e trabalhadores.​

Inserido neste contexto está o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), que desde os anos 1980 tem organizado ocupações, assentamentos e propostas concretas para democratizar o acesso à terra e defender a produção de alimentos saudáveis no campo.

E a luta pela reforma agrária na América Latina?

A luta não é exclusiva do Brasil. Em toda a América Latina, a disputa por terra está no centro das batalhas sociais. No continente mais desigual em termos fundiários, movimentos sociais organizados seguem pressionando por políticas de redistribuição de terras, segurança alimentar e sustentabilidade ambiental.

Em países como Colômbia, Paraguai, México e Chile, movimentos camponeses enfrentam há décadas a violência do latifúndio, do agronegócio predatório e da ausência de políticas públicas. Apesar disso, experiências inspiradoras florescem em cada canto do continente.

Por exemplo, no Equador e na Bolívia, os povos indígenas têm protagonizado processos de recuperação territorial e fortalecimento de práticas agroecológicas ancestrais. 

Na Argentina, cooperativas rurais formadas por pequenos agricultores têm ganhado força, mostrando que é possível produzir de forma sustentável, com distribuição de renda e protagonismo local.

Como explicar a reforma agrária no Brasil?

No Brasil, a reforma agrária é uma política prevista na Constituição de 1988, que garante que a terra cumpra sua função social. Ou seja: uma terra que está parada, improdutiva, usada para especulação ou degradação, pode (e deve) ser destinada à produção e à moradia de quem precisa.

Mesmo com esse respaldo legal, o processo é lento. De acordo com o INCRA, há hoje cerca de 1 milhão de famílias assentadas no Brasil, distribuídas em mais de 9 mil assentamentos.

Essas famílias vivem em territórios de reforma agrária, onde constroem cooperativas, escolas, agroindústrias, feiras locais e modos de vida conectados à terra e à coletividade. 

Muitas vezes, elas enfrentam desafios como a falta de energia elétrica, estradas precárias, insegurança fundiária e ausência de políticas públicas consistentes. Ainda assim, seguem produzindo alimentos saudáveis que chegam à nossa mesa.

E o problema se estende: segundo a Repórter Brasil, ainda existe uma média de 145 mil famílias acampadas à espera de terra no país. 

Imagem mostra mulheres colhendo folhas no campo. Ambas as mulheres de pele preta.

Reforma agrária e produção de alimentos saudáveis

É fato que grande parte dos alimentos que compõem a mesa das famílias brasileiras vem da agricultura familiar e que boa parte dessa produção vem de territórios de reforma agrária organizados em cooperativas. 

Sem o uso massivo de agrotóxicos e com técnicas agroecológicas, muitas famílias constroem alternativas reais à monocultura e ao agronegócio químico-dependente. Estamos falando de feiras, cestas agroecológicas, políticas públicas como a de  abastecimento de merenda escolar etc. 

Ou seja: investir na reforma agrária é investir em saúde, em soberania, em comida de verdade.

A transformação dos territórios

Quando uma família com base na agricultura familiar acessa a terra, ela não só muda a sua própria realidade – ela transforma todo o território. E isso acontece em várias camadas:

Ambiental – com práticas agroecológicas, reflorestamento, recuperação de nascentes e combate ao uso de agrotóxicos;

Social – com o fortalecimento de comunidades, organização coletiva, protagonismo das mulheres e da juventude do campo;

Econômica – com a geração de renda, formação de cooperativas e circulação da economia local;

Cultural – com o resgate de saberes tradicionais, festas populares e modos de vida conectados à natureza e à coletividade.

É nesse cenário que nasceu o FINAPOP: em territórios com histórias reais e vivas, de quem faz do chão ocupado um chão fértil.

Imagem mostra mão de homem colhendo uma folha verde do solo

Por que investir com impacto social?

No FINAPOP conectamos quem quer investir com propósito a cooperativas e empreendimentos que atuam dentro dos territórios da reforma agrária. E esse detalhe faz toda a diferença.

Porque não é sobre qualquer investimento de impacto. É sobre investir em justiça social, ambiental e econômica, de forma saudável, justa e segura.

Isso fortalece quem está na base da produção de alimentos no Brasil. Quem planta com as próprias mãos. Quem acredita que outro mundo é possível e, mais que isso, planta esse outro mundo todos os dias.

As cooperativas que integram o FINAPOP são compostas por famílias que vivem e produzem nesses territórios. Ao captar recursos por meio da nossa plataforma, elas ampliam sua estrutura, geram renda e seguem firmes na construção de um Brasil mais soberano e sustentável.

Mais que terra, a reforma agrária é um caminho

A luta pela reforma agrária é, no fundo, uma luta por pertencimento.

Ela parte da terra, mas não termina nela. Se desdobra em alimentação saudável, sustentabilidade, justiça e equidade. É feita por famílias agricultoras, mulheres camponesas, juventudes do campo, movimentos sociais e cooperativas que não desistiram – mesmo diante da violência, da criminalização e da invisibilidade.

E é com essas pessoas que o FINAPOP se compromete. Porque acreditar em reforma agrária é acreditar no futuro. E o futuro é cooperativo, agroecológico e cheio de vida.

Esperamos que o artigo de hoje tenha te ajudado a entender melhor o que é a reforma agrária, por que ela importa tanto para a América Latina e como ela se conecta com temas como agroecologia, justiça climática e produção de alimentos saudáveis. 

E mais: mostrar como o seu investimento pode fazer parte dessa transformação. Quer conhecer mais sobre a gente e as cooperativas? Explore mais nosso site e conheça os impactos reais que estamos construindo! Até o próximo conteúdo!

Foto de Blog FINAPOP

Blog FINAPOP

O FINAPOP conecta investidores a cooperativas e associações das áreas de reforma agrária que por meio da agricultura familiar, produzem alimentos saudáveis, promovendo impacto social e sustentabilidade. Aqui, compartilhamos histórias, insights e reflexões sobre agroecologia, justiça socioambiental e investimentos com propósito.
Junte-se a nós na construção de um futuro mais justo e sustentável!

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